Não é só os peixes de couro e os redondos que sofrem em pesqueiros como vocês puderam observar em minha coluna nos últimos posts. Um peixe super esportivo e que é procurado na bacias hidrográficas brasileiras e argentinas já é introduzido a um certo tempo nos pesqueiros do Brasil, estou falando do Dourado (Carassius auratus), é da família dos salmonídeos biológicamente falando.
Arrisco falar que em todos os pesqueiros temos a Tilápia, espécie da família do Tucunaré que tem uma carne muito apreciada e que digamos que é uma espécie praticamente obrigatória nos pesqueiros. Não só pela carne mas também os pescadores mais rústicos e os praticantes do Fly adoram essa espécie pela esportividade. Mas o que o Dourado tem haver com isso?
As Tilápias tem uma facilidade muito grande em se reproduzir. Na maioria dos pesqueiros, temos as “tilapinhas”, uma super população que foi se auto-procriando e que acaba atrapalhando os amantes das bóias cevadeiras e dos “Tambas”, afinal elas comem praticamente de tudo. Como acabar com essa super-população? Introduzindo o Dourado!
Pois é, a introdução do Dourado se dá muitas vezes para tentar diminuir esse aumento na criação das Tilápias em pesqueiros, afinal, ele é um predador nato, que ataca sem dó nem piedade sua presa. O que acontece nos pesqueiros são duas coisas que estão relacionadas a sua mortandade precoce. Falta de oxigenação e manuseamento errado.
Alguns pesqueiros ainda introduzem essa espécie pela esportividade e por também ajudar na diminuição da população de Tilápias. Não vamos citar preços, mas essa espécie não é barata pra que você coloque em pesqueiros, isso faz os proprietários pensarem duas vezes antes de introduzi-lo.
Aquelas recomendações que vemos nos pesqueiros não é a toa:
- Não utilizar anzol com fisga;
- Não derrubar o peixe;
- Soltar o peixe no passaguá;
- Não pegar o peixe pela cauda
- Não pegar o peixe pela guelra;
- Não deixar o peixe muito tempo fora D’água;
São recomendações importantíssimas para o bem estar de qualquer espécie, principalmente a do Dourado, que é muito frágil já por não estar em seu habitat natural. São recomendações que qualquer pessoa de bom-senso deve seguir, se quiser é claro, manter este peixe vivo e se divertir com ele numa outra ocasião.
Outra situação fácil de ver em alguns pesqueiros menos estruturados é a mortandade acima do normal pela falta de oxigenação. Obviamente não citarei nomes de pesqueiros, mas perguntando para os proprietários em alguns lugares, percebi que a falta de informação faz com que isso aconteça. Vamos à uma lista de situações que me fizeram publicar esse post:
- Alguns lugares por incrível que pareça, não tem aerador para dar o mínimo de oxigenação na água;
- Não há o mínimo de interesse de alguns proprietários em fazerem a dragagem nos tanques, o que consequentemente faz com que acumulem resíduos de vários anos e diminua a oxigenação;
- Falta de antibiótico natural nos tanques fazem com que as espécies adoeçam, sobrando ma maioria das vezes a mortandade para as espécies exóticas, que são mais frágeis;
- Falta de fiscalização do pesqueiro nos clientes que fisgam o Dourado, pegando o peixe de qualquer jeito, principalmente pela guelra;
Então, como puderam observar, os dois lados da moeda estão errados. Nós como clientes, e os proprietários, muitas vezes por pura ignorância.
A preservação vai da consciência de cada um de nós. Errar e aprender com os erros é um processo natural das coisas, mas aquele que sabe que está errado e o faz mesmo assim, precisam ser repreendidos com informações categóricas sobre o assunto.
Passe isso adiante, afinal, é nosso entretenimento que está em jogo. Pescar e soltar enobrece o homem e a natureza, um retribui para o outro, é simplesmente uma troca de gentilezas.
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grande rei do rio…